terça-feira, 3 de maio de 2011

Construção de barragens ameaça comunidades que vivem ás margens do São Francisco

Uma reunião ocorrida na semana passada entre a Câmara Consultiva do Baixo São Francisco (CCR-Baixo) e representantes da Chesf, em Pão de Açúcar-AL voltou a discutir a construção de novas barragens no município, idéia que vem despertando a desconfiança da população local.
Especialistas acreditam que a obra, assim como uma Central Nuclear ás margens do rio são projetos compensatórios de impactos que a retirada de água para a Transposição vem causando ao potencial de geração de energia.
Segundo Roberto Lobo, que integra a Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, a Chesf fez uma explanação do estudo e até o fim do ano a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) deve avaliar a questão.
“Essas construções no baixo São Francisco têm ligação direta com a comunidade, por isso sugerimos que seja feito um seminário para discutir a questão de forma aprofundada. Assim como vários entidades e associações de moradores o próprio prefeito de Pão de Açúcar, que é da cidade, se mostra contrário a essas obras”.
Ele informou que a licença ambiental para a obra é federal, mas adiantou que a secretaria não tomou nenhum posicionamento sobre a questão. “A liberação da área não deve ser feita por órgãos de Alagoas ou Sergipe. O rio São Francisco banha vários municípios, por isso é federal. Assim quem deve emitir a licença é o Ibama” destacou Lobo.
Já Carlos Eduardo Ribeiro Júnior, que é coordenador do CCR-Baixo e representante da ONG Canoa de Tolda explicou que pela primeira vez em 50 anos a Chesf vai promover audiências públicas sobre a construção de barragens. “Essa discussão começou em 86 quando a Usina Hidrelétrica de Xingó foi feita. Ainda vai havre audiências publicas. O local escolhido para a barragem fica acima do Cristo, de Pão de Açúcar”, destacou .
Ainda de acordo com ele as barragens trazem benefícios, mas também impedem a vasão da água. “Tem as cheias e o rio não vai fazer seu curso normal. O comitê ainda vai tomar uma decisão oficial, mas sou contrário. A sede da nossa ONG fica em Penedo e é bom lembrar que as pessoas que moram na capital também podem ser punidas com a falta de água e energia elétrica”, ressaltou.
Fonte:Emanuelle Oliveira

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