SANTIAGO, Chile, 20 Jun 2011 (AFP) -Um tribunal chileno ordenou a suspensão do projeto de Hidroaysen, que prevê a construção de cinco represas na Patagônia chilena, acolhendo três recursos apresentados por parlamentares e associações ambientalistas, segundo comunicado do Poder Judiciário.
"O tribunal de alçada acolheu uma ordem apresentada contra a resolução aprovada, o que significa que o projeto ficará paralisado até que se resolva o fundo da questão", informou a justiça em comunicado.Com esta resolução, do tribunal da cidade chilena de Puerto Montt, no sul, o empreendimento hidroelétrico, com tramitação ambiental já aprovada pelo governo, fica suspenso até se esgotarem os recursos.A Hidroaysen, aprovada em maio passado, foi motivo de uma forte controvérsia: o governo a apoia, por considerar que o país precisa com urgência de energia, enquanto ambientalistas consideram que destruirá uma fonte de riqueza natural e paisagística importante.O projeto prevê a construção de cinco represas nos rios de águas cristalinas Pascua e Baker, com represas que inundarão 5.900 hectares - grande parte deles virgens - para gerar em torno de 2.750 megawatts (MW), o que corresponde a 20% da atual capacidade instalada do Chile (14.000 MW).O empreendimento conjunto da Endesa - a espanhola controlada pela italiana Enel - e a chilena Colbún, implica em um investimento de 3,2 bilhões de dólares.O projeto também inclui uma linha de transmissão de mais de 2.000 km para levar a energia da Patagônia até o centro do país, e que começará a ser construída em 2014. Essa parte do projeto não recebeu ainda a autorização ambiental.A decisão desta segunda-feira foi apresentada por um parlamentar governista e três opositores junto a associações ambientalistas contra a Comissão de Avaliação Ambiental da Região de Aysén, que em 13 de maio qualificou favoravelmente o projeto Hidroaysen."É uma decisão favorável para nós; uma ordem de inovar significa que há razões de peso no recurso de proteção, e também significa que isso se pralisa totalmente em todas as suas fases", disse à AFP o secretário-executivo da organização Patagônia sem Represas, Patricio Rodrigo.O presidente do Senado, Guido Girardi, um dos parlamentares que interpuseram o recurso, assegurou à AFP que se a Corte, ao estudar o caso, decide retomar o projeto, serão apresentados "recursos na Corte Suprema ou na Corte Interamericana de DH", mas afirmou que tem "confiança" de que os tribunais "vão escutar o povo".O presidente do Chile, Sebastián Piñera, manifestou nas últimas semanas seu apoio ao projeto energético, e assegurou que seu governo se preocupará em aplicar "com toda a sua força" as leis ambientais para assegurar o mínimo impacto.Paralelamente, em Santiago e em diversas cidades do país foram convocadas várias manifestações que reuniram cerca de 40.000 pessoas nas ruas em diversos dias contra a Hidroaysen, gritando slogans como "Patagônia sem represas" ou "Chile não se vende".
Fonte http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/afp/2011/06/20/chile-justica-suspende-projeto-de-construcao-de-hidreletricas-na-patagonia.jhtm
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