quarta-feira, 20 de abril de 2011

Indústria da construção civil sofre com falta de trabalhadores

Na indústria da construção civil, estão faltando trabalhadores. O motivo tem a ver com educação, mas de um jeito diferente. Neste caso, o problema é o aumento do grau de escolaridade dos brasileiros.
No balcão de emprego a procura por vagas é grande. Não para a construção civil. “É muito braçal, exige bastante preparo físico e, muitas vezes, não é tão reconhecido”, lembrou o estudante
Wallace Ferreira.
O Brasil tem pela frente eventos importantes, Copa do Mundo, Olimpíadas, que já estão movimentando o setor da construção civil. Esse crescimento traz também um desafio: encontrar no mercado mão de obra qualificada para preencher todas as vagas criadas. O país tem grandes obras a fazer e precisa de gente para colocá-las de pé. O que se vê nos canteiros hoje é uma dificuldade das construtoras em renovar esses trabalhadores.
O setor sempre atraiu trabalhadores com baixa escolaridade. Mas agora os brasileiros estão estudando mais e querem outros empregos.
Uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas revelou que o número de jovens com até 29 anos de idade nos canteiros de obras diminuiu quase 20% em 14 anos.
“Porque o jovem, que estudou mais que o pai dele, que o irmão mais velho, não quer profissões mais braçais e menos qualificadas da construção. Então, os canteiros estão ficando mais com pessoas de meia idade com baixa educação”, explicou o economista da FGV Marcelo Neri.
Seu José trabalha em obras há 35 anos. O filho, de 24, não quis seguir o mesmo caminho.
Os empresários admitem que o setor precisa de mais tecnologia e melhores condições de trabalho.
Nos Estados Unidos, para atrair mão de obra jovem e qualificada, os empresários oferecem bons salários, em media o equivalente a R$ 5,5 mil. No Brasil, o salário médio é de R$ 1.245.
“Tem que dar muita contra-partida, precisa fazer convênios com a indústria de tecnologia, buscando soluções que minimizam o impacto da falta de mão de obra. A solução é formar pessoas dentro da empresa”, declarou o empresário João Paulo Matos.
Uma turma foi recrutada pela construtora e treinada no canteiro de obras mesmo. “Tenho mais chance de seguir uma carreira, igual eu tenho vontade de ser pedreiro, depois eu vou fazer curso de eletricista, sempre evoluindo mais, até eu aposentar”, contou o ajudante de pedreiro em treinamento José Augusto Lino.

Fonte: Jornal Nacional Rede Globo

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