sexta-feira, 9 de setembro de 2011

600 mil engenheiros estão fora do mercado de trabalho

Movimento Recriar o CREA – SP alerta para a necessidade de requalificação e habilitação periódicas desses profissionais e avaliação de qualidade do ensino das faculdades de engenharia
Assuntos como a Copa do Mundo e Olimpíadas no Brasil, além das atividades previstas para o Pré-Sal e o crescimento do mercado de TI (Tecnologia da Informação) indicam claramente a necessidade de se investir em infraestrutura no País. Nesse sentido, considerado a “bola da vez” dessa década entre os BRICs, o Brasil deve valorizar ainda mais os profissionais do mercado de engenharia.
Porém, de acordo com dados do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), no Brasil apenas 38% dos diplomados atuam na profissão. Segundo o Confea há no Brasil 950 mil profissionais diplomados; logo, apenas 350 mil estão na profissão e 600 mil atuam fora da profissão. Enquanto isso, profissionais como engenheiros Agrônomo, Civil, Naval, Petróleo, Minas, Ferroviário, Telecomunicações, Metalúrgico, Mecânico, Eletrônico, Software, entre outros, estão entre os mais requisitados pelo mercado de trabalho.
Para combater esse paradoxo que ronda a carreira de engenharia, um dos alicerces para o desenvolvimento econômico e social de qualquer nação, um grupo de engenheiros fundou o Movimento Recriar o CREA – SP. A profissão de engenheiro, outrora valorizada, carece de atitudes dos profissionais para voltar a exercer mais influência nas decisões governamentais em benefício da sociedade e possibilitar condições para que eles mesmos possam servir melhor.
Além da falta de representatividade do atual Conselho Regional, pois apenas 4% dos profissionais votam de um total de 420 mil no Estado de São Paulo, há questões a ser resolvidas. Uma delas é que a profissão depende dos investimentos públicos e privados, fato este gerador de incertezas para os profissionais, que podem reduzir em média para 10 a 15 anos a vida útil da profissão.
Essa instabilidade é refletida na piora da imagem da engenharia. A profissão deixou de ser nobre, apesar do alto investimento das famílias, e jovens não mais aspiram investir nessa carreira como acontecia em outros tempos. Hoje, a engenharia está sendo associada a uma profissão de desempregados e profissionais mal remunerados. A aposentadoria média de um engenheiro que fez carreira nas empresas privadas beira os míseros R$ 2 mil, para viver na velhice.
De acordo com Jomázio Avelar, idealizador e coordenador do Movimento Recriar o CREA-SP, o mercado da construção civil atualmente está em alta. Mas ele explica que há cinco anos o panorama era diferente e ninguém sabe como será o futuro breve. “Uma das metas do Recriar o CREA-SP é fazer com que os profissionais consigam força política para garantir do governo o investimento constante na infraestrutura. A profissão de engenheiro depende muito do investimento público e privado. É lamentável ver colegas engenheiros desempregados e as empresas contratando mão de obra importada”, argumenta o engenheiro.
O Movimento Recriar o CREA – SP acredita que os profissionais envolvidos (engenheiros, arquitetos e agrônomos) precisam exercer a “cidadania profissional” e atuar coletivamente em defesa da classe, ou seja, de seus interesses. No dia 08 de novembro de 2011 haverá eleições para o CONFEA (Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia) e o CREA (Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia) de todos os estados. No estado de São Paulo, a participação dos profissionais nas eleições tem sido de 15 mil (4%) no universo de 420 mil possíveis votantes.
Jomázio Avelar é presidente da EngeCredSP – Cooperativa de Crédito para engenheiros, arquitetos e agrônomos de São Paulo e presidente da Evaldo Paes Barreto Engenharia Ltda, empresa com mais de 64 anos de mercado. Formado pela Escola Politécnica – USP, exerceu as funções de Diretor do Banco Politécnico e presidente do Grêmio Politécnico

Fonte:zPress Comunicação Corporativa
Jornalistas: Andres Lustwerk e Marcos Wojdyslawski

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