sexta-feira, 20 de maio de 2011

Dnit confirma hidrovia para Furnas


Para que o estudo de viabilidade econômica e ambiental comece falta apenas a formalização de convênio.


O coordenador de obras portuárias do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (Dnit), Paulo Roberto Godoy, prometeu ontem, durante audiência pública da Comissão de Assuntos Municipais e Regionalização da Assembleia Legislativa de Minas, realizada em Alfenas, que até 2013 a hidrovia do lago de Furnas estará em funcionamento. A previsão é de que em 2012 tenha início a operação experimental e o processo licitatório para escolha das empresas que irão explorar o serviço.

Essa fase experimental serviria para atrair o setor privado, já que a ideia é que a obra seja viabilizada através de uma Parceria Público-Privada. "Os estudos de viabilidade técnica, econômica e ambiental são importantes para colocar tudo no papel, mas já temos indicativos de que é um empreendimento altamente viável", garantiu Godoy.

Segundo o secretário-executivo da Associação dos Municípios da Região do Lago de Furnas (Alago), Fausto Costa, para que o estudo de viabilidade econômica e ambiental comece falta apenas a assinatura de um convênio entre o Dnit e a Alago, o que deverá acontecer até o final deste mês. No ano passado, o Ministério do Transporte autorizou a inclusão de R$ 300 mil no orçamento de 2011 da União para que o projeto fosse iniciado.

De acordo como deputado estadual Pompilio Canavez (PT), que convocou a audiência, durante a reunião foi elaborada uma pauta para ser executada entre 2011 e 2014. Este ano começam os estudos de impacto ambiental e viabilidade econômica. Em 2012 serão feitas viagens experimentais e as licitações das empresas que farão o transporte pela hidrovia.

Em 2013 e 2014 serão construídos cinco portos - Formiga, Alfenas, Carmo do Rio Claro, Varginha e Guapé - e rampas para embarque e desembarque. Além disso, serão criados ramais interligando as cidades da região Sul, já que o lago de Furnas banha 37 municípios mineiros.


Agronegócio - Estudos apresentados pelo deputado durante audiência pública mostram que a construção de uma hidrovia custa, em média, R$ 34 mil por quilômetro, enquanto o custo de uma ferrovia é de R$ 1,4 milhão por quilômetro e o de uma rodovia de R$ 440 mil. Os recursos para a Hidrovia de Furnas, segundo Canavez, devem sair de uma Parceria Público-Privada, já que há muitas empresas interessadas na obra.

A hidrovia do Lago de Furnas será voltada especialmente para o escoamento de cargas agrícolas, com destaque para a cana e o café produzidos na região, além de calcário e fertilizantes. A hidrovia, que será também utilizada para o turismo, fará a ligação entre Formiga e Alfenas, num trecho de 250 quilômetros que conectará as regiões Sul e Sudoeste do Estado.

Depois de concluída a obra em Furnas, o projeto prevê uma ligação daquele trecho com a hidrovia Tietê/Paraná, que faz a ligação entre as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil.

"Essa integração seria uma grande conquista para a região e para o Brasil", declarou Alexandre Augusto Moreira Santos, professor da Universidade Federal de Itajubá. Para viabilizá-la será necessário, de acordo com estudos apresentados pelo professor durante a audiência, a construção de eclusas e algumas outras intervenções.


Lago - Formado no início da década de 60, com a construção da hidrelétrica de mesmo nome, o lago de Furnas se tornou a maior extensão de água do Estado de Minas Gerais, cobrindo uma superfície de 1.457,48 Km2. O lago modificou a paisagem dos municípios que banha e provocou uma grande mudança na economia dessas cidades, fazendo com que os pequenos negócios e o turismo se tornassem opções naturais para geração de renda na região.

Segundo dados apresentados pelo presidente da Alago, Nelson Alves Lara, são mais de 250 empreendimentos turísticos, entre hotéis, pousadas e clubes náuticos.


São Francisco - O diretor de Infraestrutura Aquaviária do Dnit, Hebert Drumond, informou ontem que a Hidrovia do São Franscisco, ligando Pirapora (Norte de Minas), a Juazeiro (BA) e Petrolina (PE), começa a se viabilizar em junho deste ano, com a obra de dragagem emergencial nos trechos do rio conhecidos como Meleiro e Limoeiro. Essa intervenção, segundo Drumond, garantirá a navegabilidade nesses trechos durante o período de estiagem.

Para este ano está prevista a contratação do projeto de dragagem e os estudos de viabilidade técnica, econômica e ambiental (EVTEA). A execução das obras deverá começar em 2012. A Hidrovia do São Francisco, incluída no PAC 2, receberá investimentos da ordem de R$ 426 milhões entre 2011 e 2014. Dentro deste montante, foram alocados no Orçamento Geral da União de 2011, R$ 22,25 milhões para estudos, manutenção e melhorias na hidrovia.

Fonte:APARECIDA LIRA, especial para o DC.

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