segunda-feira, 20 de junho de 2011

Troca troca com Andrade Gutierrez


Na mesma data da reunião com a direção do Sindieletro, em 23 de junho, o deputado Padre João (PT) encaminhou à Comissão de Minas e Energia da Assembléia Legislativa pedido de audiência para debater e esclarecer dúvidas sobre o processo de negociação que transferiu as ações da Cemig que pertenciam ao consórcio SEB/AES para a construtora Andrade Gutierrez. As ações estavam retidas com o BNDES (Banco de Desenvolvmento Ecômico e Social) devido à inadimplência do consórcio com o banco, referente ao financiamento para a compra de 1/3 das ações da Cemig.

Foi solicitada à Comissão de Minas e Energia a convocação do coordenador geral do Sindieletro, Jairo Nogueira Filho, dos presidentes da Cemig, Djalma Bastos de Morais, do BNDES, Luciano Coutinho, da Andrade Gutierrez, Otávio Marques de Azevedo e do procurador geral da Justiça de Minas, Alceu José Torres.A Comissão ainda não agendou a audiência, mas Padre João avisa que fará todo empenho para a realização do debate.  Assim como o Sindieletro, o deputado questiona o negócio, que resultou na compra de um terço do controle acionário da Companhia pela Andrade Gutierrez. Para ele, a construtora foi beneficiada. A Andrade Gutierrez recebeu da Cemig R$ 790 milhões pela compra de sua participação na Light, sócia da concessionária mineira. O investimento da construtora na Light foi de R$ 190 milhões, mas ao adquirir um terço das ações da Companhia, desembolsou R$ 500 milhões.Padre João quer saber por que a negociação não passou pela avaliação da Assembléia, já que a Cemig é controlada pelo Estado. Para o coordenador geral do Sindieletro, Jairo Nogueira Filho, são várias perguntas que não querem calar.  “Por que o governo do Estado não retomou o controle da Cemig? A empresa é pública e vale no mercado cerca de R$ 16,5 bilhões. É quatro vezes mais o valor da Cemig em 1997. Se o Estado comprasse, teria mais receitas”, questiona. Para ele, o governo iria corrigir o grande erro do ex-governador tucano, Eduardo Azeredo, ao privatizar parte da empresa.Jairo também questiona se já não havia acordo prévio entre as duas empresas. “Será que a Andrade Gutierrez cedeu sua participação na Light em troca dos 33% do controle acionário da Cemig?”. O coordenador também quer respostas para questões como, se a concessionária mineira comprou parte das ações da Andrade Gutierrez na Light alegando ser um grande negócio, por que a construtora vendeu? Por que o BNDES não promoveu debate público sobre a negociação, dando oportunidade para a sociedade opinar? Se a Cemig vem apresentando grandes lucros, ano a ano, por que a AES não se interessou em manter parte do controle da Cemig? Por que a Light, comandada pela Cemig, não adquiriu as ações?O coordenador lembra que a Andrade Gutierrez é prestadora de serviços da Companhia, passou a ter cinco assentos no Conselho de Administração e é potencial concorrente da Cemig em outros negócios.  “Com os conflitos de interesse, como será a relação das duas empresas?”, conclui.

http://www.dmx.net.br/cliente/sindieletromg/index.php?option=com_content&view=article&id=20391:troca-troca-com-andrade-gutierrez&catid=305:reportagens&Itemid=573

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